Fim de semana detonação. Quero dizer, para os MEUS padrões de detonação. Sábado cheguei em casa às quatro da manhã. Isso não deve ser nada de mais pra vocês, mas, pra se ter uma idéia, nem lembro a última vez que isso tinha acontecido. Já expliquei a alguns, embora não tenha sido entendida: sou um ser diurno, não funciono muito bem à noite. A partir das onze da noite a bateria começa a falhar (em compensação, tô de pé todo dia às cinco e meia, sem problemas). E ainda acabei levando o Glauco a tiracolo, pra dormir lá em casa. O que eu achei muito legal, porque apesar de nunca ter ido lá em casa, ele não teve cerimônias. Adoro quando os meus amigos agem assim.
Bebi. Não muito, mas o suficiente para deixar as pontas dos dedos e do nariz dormentes – sintoma indicativo de quanto estou passando de bêbada para trêbada. Também fazia muito muito tempo que isso não acontecia. Curioso como a mesma quantidade de alcool correndo nas veias pode te deixar bêbado em certos dias e já em outros não. Quais serão os fatores que influenciam? O lugar, as pessoas, seu estado de espírito (seu e das pessoas)? Já parei pra pensar nisso alguma vezes, acho que é um pouco disso tudo junto. E naquele sábado eu realmente estava me sentindo impelida à auto-destruição (no melhor dos sentidos).
Tudo começou na Feira do Jiriquiti. (Pra quem ainda não sabe: feira alternativa que rola todo mês, no estacionamento do CEFET. A visitação é gratuita e a próxima vai ser dia 06/10) Foi muito dez, todo mundo tava lá, até a Denise, que só aparece de vez em quando, a Thaís, que eu tinha prometido visitar, e o Frankson, que eu não lembro de ter visto antes lá pelo Jiriquiti. Até a Marina, uma das minhas amigas mais furonas – e eu já disse isso a ela – prometeu e apareceu pra conhecer a feira com o namorado.
Depois, uma pá de gente resolveu ir beber na praça do Benfica. Gente que fazia um tempão que eu não via, como o Saulo, o Thales, a Veruzza e o Bruno, a Andréa (devidamente acompanhada pelo Ítalo, fogueteiro como sempre). Gente que não fazia tanto tempo assim que eu não via, mesmo assim tava morrendo de saudades, como a Fernanda, a Cecília, o Glauco. E outros mais. Faltou o Weaver, a Dani e o Germano – que sempre faz falta em qualquer lugar onde se juntem mais de duas pessoas.
Mas aí metade do povo resolveu ir pra P.I. – e eu já tava com a pilha fraca, mesmo no meio da farra. Como eu tava de carona com o Nílbio, fui também. Lá só deu casal, quem não tava namorando sério, acabou se arranjando de alguma forma. Sobramos eu e o Glauco (que já não tava lá muito bem – cousas do coração) chupando dedo, jururus e encolhidos de frio, de sono e – por que não dizer? – de inveja mesmo.
Domingo fui curar a ressaca num piquenique muito maneiro lá no Parque Rio Branco, ao som da Alcalina e dos Argonautas, dedilhados despretensiosamente nas cordas da minha violinha (que eu não sei tocar). O objetivo era “gastar” o que sobrasse da banquinha de comes e bebes que eu e o Nílbio colocamos no Jiriquiti. Acontece que não sobrou coisa alguma, e a gente acabou tendo que comprar coisas pra levar. Muito muito bom. Se o Bush quisesse detonar o Brasil justo naquela hora, enquanto eu tava estirada num banco de praça, na sombra das castanholeiras e na companhia dos meus estimados amigos, eu sinceramente não ia ligar a mínima.